sábado, 18 de julho de 2009

Sensei Messias Rodarte Correa, Sua vida é parte da história do Judô.


Messias Rodarte Correa, sem dúvida alguma é um pioneiro do judô nacional. Além de lutar pela arte, ele faz a coisa de coração. É um exemplo de dedicação à arte.

Assim, se há pessoas que se dedicaram ou se dedicam ao Judô, com todas as suas conseqüências boas ou más, sem restrições, certamente uma delas é Sensei Messias. Mineiro de Passos, um dos dez filhos da família Rodarte Correa, nasceu em 29 de Outubro de 1925
carrega hoje com muita vitalidade de disposição seus setenta e oito anos.


É um exemplo de luta pela vida, pela dignidade e pelos ideais, que perseguiu e alcançou.Essa força foi herdada de seus pais João Augusto Correa e Maria José Rodarte Correa.
Já na sua infância Messias mostrava a sua boa índole, na labuta ao lado dos pais. Quando tinha dez anos, levantava-se bem cedo e ia encontrar seu pai na oficina de marceneiro. Sua mãe, também de boa estirpe mineira, dava aulas com mais de setenta anos de idade. Em1938 Messias veio para São Paulo em busca de novos horizontes, já que a sua pequena Passos se tornara menor ainda para as suas aspirações.

Na capital paulista conheceu Zilda Ribeiro, com a qual casou-se em 1952. Dessa união nasceram três filhos. Seu filho Milton, hoje é 5o Dan e seguiu as virtudes do pai. Messias, laboratorista de profissão, atuou em alguns dos mais importantes laboratórios por mais de vinte e cinco anos, mas foi no Judô que encontrou os rumos que nortearam sua vida, que o revitalizaram até hoje para dar de volta a este esporte, tudo o que recebeu. É um exemplo para os milhares de alunos que teve e para toda esta geração de judocas.


Hoje o seu alto nono grau, que descerra todo o seu passado de realizações e conhecimentos, o coloca entre os mestres mais entendidos e conceituados dos esportes de luta. Porém a luta livre e o Jiu-jitsu antecedem ao Judô na sua vida de esportista. Da primeira, foi campeão Brasileiro em 1949, e o seu Jiu-jitsu vem do mestre Takeo Yano que foi aluno do mestre Nobushiro Satake, companheiro de lutas e viagens do Conde Koma (Mitsuyo Maeda) com o qual iniciou aos quinze anos o seu aprendizado, chegando à faixa Preta. Devemos levar em conta, que, com o nome de Judô era praticado o Jiu-jitsu, e que só bem mais tarde essas duas lutas se separaram na filosofia e nos fundamentos, seguindo cada uma o seu próprio rumo.

Outro grande incentivador do Sensei Messias no Judô foi o Sensei Fukaia. Quando se tornou faixa preta, recebeu o certificado do Kodokan de Tókio como era praxe na época. Dessa época, ou seja, agosto de 1951, Messias guarda com carinho os nomes dos professores Akao, Tani, Shigeuichi Yoshima que era um às do newaza e que, juntamente com José de Almeida Borges foram os introdutores do Judô na região de Campinas, no ano de 1949, e também do Dr. Okoshi. Por falar em Fukaia, Messias não consegue esconder as lágrimas rebeldes que brotam do seu coração ao lembrar da despedida deste grande professor e amigo, no aeroporto de Viracopos, quando este partia para findar seus dias em sua pátria.

Dos muitos amigos que o acompanharam na sua trajetória recorda-se ainda do professor João Gonçalves, Dr. Arsênio Martins, Edgard Ozon, Luiz Tambucci e Herasmo Helio Machado Lopes, que teve atuação destacada na fundação da C.B.J. e F.P.J.

Sensei Messias, o primeiro árbitro de origem não japonesa, função que exerceu por muito em sua vida, pela sua competência, a qual mostrou também como técnico de várias das nossas seleções e também como professor. Todos esses méritos culminaram com o mais alto grau conseguido por brasileiros no Judô, isto é, o 9o Dan, faixa vermelha, em outubro de 1995.

Nesse dia Messias foi surpreendido pela presença de mais de cem ex-alunos, alunos e amigos que lhe demonstraram toda a admiração, respeito, amizade e carinho. Sensei Messias diz que quer levar para a sua última morada o kimono como travesseiro a ter ao seu lado a faixa que envergou com tanto orgulho. Alguns de seus maiores orgulhos: a honestidade e retidão, ser da Kodokan e ter sido amigo pessoal do Sensei Fukaia. Por tudo que ainda faz pelo Judô, Sensei Messias é um dos maiores exemplos do que é ser um judoca na exceção da palavra.

2 comentários:

Anônimo disse...

Saudações a todos , Vejo nada mais que justo escrever para este grande mestre.
Tive a honra de ouvir cada palavra deste grande Mestre de Judo , não só brasileiro mas do mundo. Um mestre mas também um Homem , com suas forças e Fraquezas.
Um Mestre que viveu judô , respirava judô , e exalava judô a todos que estavam ao seu lado.
Seu nome é JUDO .
Tambem como comentei sobre Professor 7º Dan Durval Alfredo Rente , dentre Professor Daniel que guardo no coração , o primeiro Professor que me ensinou o caminho suave na academia .
Eu não conseguiria escrever aqui , tudo o que foi este MESTRE, não so na minha vida mas na vida de todos que passaram em seu tatame!
Me lembro quando ele disse :
“ Um senhor militar veio até meu dojo , dizendo se superior a tudo e todos , dizendo se com muitas estrelas no peito , eu lhe respondi – Então o céu é soberano pois se fosse medir por estrelas no peito , olhe e veja quantas você consegue contar! Aqui em meu dojo eu que leciono aulas , se o senhor desejar a porta esta aberta!”
Dentre outras historias que só quem viveu e ouviu este mestre pode contar , lembro inúmeras historias que com amor repasso e levo comigo para meus ensinamentos.
Obrigado Mestre! A paz esteja com vosco!
Dr. Anthony Mohammad
( Instrutor shuai Jiao ( Judo Chines) Judo japonês e Shou bo)

Anônimo disse...

Meu tio sempre foi um exemplo de ser humano

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